Como já se sabe, no período imperial, as atividades de produção não exigiam do trabalhador qualificação alguma, sendo que os trabalhos não exigiam preparo operacional e nem administrativo. O capitalismo era bastante reforçado com o fato de haver a distinção entre o trabalho intelectual e o manual, ressaltando a formação das elites rural. Portanto, pode-se afirmar que a educação tinha caráter classista, por ser destinada às elites e por ter viés religioso. Tinha também característica racista, sendo que a educação não atingia nem os negros livres. A educação no período imperial era também diferente para os sexos: era apenas direcionada aos homens, já que a mulher ainda não havia conquistado seu espaço política e nem economicamente.
Cabe ressaltar que a educação não era laica e nem pública, estando quase que abandonada. Nessa época, era grande o número de analfabetos, devido ao grande desinteresse do império para com a educação do povo. Porém, o imperador preocupou-se com a educação dos surdos, mudos e cegos (1854 - 1856).
Em outubro de 1827, ficou determinado, por lei, que as escolas de primeiras letras faziam-se necessárias em todas as vilas e cidades. E todas deveriam adotar o método de ensino mútuo, ou o Método Lancaster. Nessa constituição estão inscritos as formas de provimento dos educadores e sua capacitação, além de fazer determinações sobre como deveriam ser os prédios escolares e que havia de existir escola para educação das meninas nas cidades e vilas mais populosas.
De um modo abstrato, a educação tinha o desejo de formar representantes políticos, o que acabava por discriminar a nobreza em relação a seus súditos, uma vez que a elite afirmava que o enriquecimento só seria atingido com o domínio do trabalho intelectual sobre o manual, acentuando ainda mais o caráter classista da educação imperial.
O descaso com a educação do povo pode-se dizer que era quase que por motivos econômicos: o Brasil Imperial não investia na educação para a classe trabalhadora porque precisava acertar sua dívida externa com a Inglaterra, que se tornou ainda maior com os juros altos. A falta de atenção para com a educação popular também se deu por motivos políticos, pois a educação era traçada, fundamentalmente, para a formação de representantes políticos, como dito anteriormente, e tudo isso para obter a consolidação do capital.